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A Sustentabilidade do Futuro da Internet

por em
Por Tolstoy Cardoso Neto


O Grande Legado da Humanidade Steve Jobs, que criou recentemente a tecnologia multi-touch e tantas outras inovações tecnológicas, foi o grande responsável pela mudança de comportamento de toda uma geração em todo o Planeta. Com a invenção do incrível smartphone iPhone e posteriormente o tablet iPad, alavancou toda uma indústria motivando seus concorrentes a produzirem os mesmos devices, resultando assim em uma explosão no consumo de conteúdo, super potencializado pelas redes sociais.Você imagina então caro leitor, o tamanho da encrenca que Jobs, Zuckerberg, Page e Brin geraram para as operadoras? Sim, as Operadoras que são as grandes responsáveis por suportar o tráfego de dados de todos os devices utilizados pela população, com seus tablets, smartphones, netbooks, ebooks, e transmitido ao longo de seus backbones. Elas ficaram com a difícil missão de além de garantir a sua própria rentabilidade e se degladiarem com a concorrência, ainda precisam atender as exigências da agência que regulamenta o setor. O resultado disso tudo, é a necessidade de investimentos cada vez maiores para alargar seus tubos e assim conseguir absorver um tsunami de informações geradas e propagadas pelas Gigantes da Internet com seus conteúdos e suas redes sociais.



E a tendência de consumo é só aumentar, por algumas razões que relaciono a seguir:

1. O comportamento do cidadão do século 21 é estar sempre conectado às redes. Acordamos e dormimos conectados a elas. Atualmente a principal fonte de informação de notícias e entretenimento são as redes sociais Facebook e Twitter. Estes estão alastrados de links que arremetem a conteúdos principalmente de fotos e vídeos, que consomem muita banda.

2. Mais um device vem fazendo parte do nosso dia-a-dia - a Smart TV conectada também a internet e que consome vídeos - geralmente de locadoras virtuais (Netmovies, Netflix) e o próprio You Tube, além lógico dos Games que usualmente são jogados através da rede. Ah, one more thing, ainda estão para popularizar as TV da Apple e Google, que vem pra engrossar ainda mais a demanda por vídeo.

3. Uma outra tendência num futuro breve, será a internet das coisas. onde "as coisas", nossa geladeira, máquina de lavar, tvs, aquecedores, carros, motos estarão todas conectadas na internet, na NUVEM (Cloud Computing). Ou seja, mais consumo e 24 horas/dia.



4. Agora, imaginem só quando a qualidade técnica desse conteúdo aumentar, e popularizar como é o caso dos vídeos 4K, extremamente superior ao já consagrado High Definition? A banda para suportar esse tipo de vídeo considerando tudo que falamos anteriormente terá que ser ainda maior. Um vídeo em 4K (4096x2304) seria 4 x o FULL HD (1080p). E olha que recentemente já disponibilizaram o 8K. E ainda tem a questão dos vídeos gravados em 3D, que inevitavelmente também consomem mais banda.



Percebeu agora o tamanho da encrenca?

E agora eu pergunto, ou melhor, acho que trata-se de uma pergunta de todas as Operadoras. Qual a sustentabilidade desse modelo de negócios da Internet? Como as operadoras vão garantir a qualidade de toda esta demanda que não pára de crescer, se aquilo que elas vendem se tornaram "commodities"?

A conta simplesmente não fecha, pelo menos na situação que hoje se encontra o modelo. É inevitável que todos aqueles que participam direta ou indiretamente do setor revejam as questões capitais, os ofensores que podem inviabilizar a internet do futuro, a "Era Zetabytes (vide infográfico)".

Abaixo dois vídeos onde a Cisco mostra o volume de tráfego que se espera até 2015 para plataformas móveis



e um outro vídeo que apresenta a internet daqui há dois anos.



Operadoras, fabricantes de equipamentos e fibras ópticas, geradores de conteúdo, as redes sociais, o próprio governo com suas exigências, não esquecendo também de todos os setores que "vendem" espaço físico nas cidades e estradas para construção das redes, precisam encontrar um novo caminho. Mas nem todos estão a fim de entrar nessa discussão, como é o caso das Gigantes da Internet e até o próprio governo (união, estados e municípios).

Hoje, li uma reportagem sobre o confronto iminente entre Operadoras responsáveis por prover infra-estrutura e os grandes utilizadores da infraestrutura, como Google, Facebook, YouTube e eBay, que não pagam pelo intenso tráfego que geram nas redes. Essa discussão antecede a revisão do tratado global de telecomunicações. A negociação está prevista para a Conferência Mundial sobre Telecomunicações Internacionais, que ocorrerá em dezembro, em Dubai.



Bom, o tempo continua sendo o Senhor da Razão. Vamos então aguardar pra começar a perceber quem sobreviverá no setor onde conteúdo, broadcast e as redes que as suportam não chegam num acordo. Uma coisa é certa: uma não vive sem a outra, pelo menos por enquanto. Sem infra não tem internet e sem conteúdo ela não teria razão de existir.

Digo por enquanto, porque a Google já está implantando o seu projeto Google Fiber, cabeando cidades nos Estados Unidos, começando pelo Kansas para ela mesma ser a provedora da infra-estrutura. Mas não é uma rede qualquer, é uma rede com 1 Gbps direto pro cliente.

Para as operadoras restam um importante atributo e alavancador de diferenciais perante a concorrência - a inovação. É principalmente com ela, que tal desafio terá maiores chances de ser superado.

Quem viver verá!

@tolstoy